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CPI das Escutas: Fruet e Macris fazem balanço das investigações

Integrantes da CPI das Escutas Clandestinas, os deputados Gustavo Fruet (PR) e Vanderlei Macris fizeram nesta sexta-feira um balanço dos trabalhos da comissão neste semestre. Com denúncias que vieram à tona no mês de julho envolvendo o banqueiro Daniel Dantas e a Operação Satiagraha da Polícia Federal, ambos foram convocados pelo PSDB para integrar o colegiado. 


REPRESENTAÇÃO NO MP

Fruet, que conseguiu aprovar requerimentos cruciais como a convocação do próprio Dantas e insistiu no comparecimento do ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh, destacou que a comissão conseguiu avançar bastante na questão das escutas ilegais. Mas frisou que ainda há muitas dúvidas a serem esclarecidas. Ele lembrou de alguns pontos importantes.

"Foi um período de muitas revelações. Por exemplo, a demonstração de que existe uma disputa entre o órgão de inteligência e segurança do governo, no caso a Polícia Federal e a Abin. Há um conflito de competências, sem que haja clareza do papel de cada instituição. Além disso, existe uma tentativa de desmoralização da Abin. A última prova foi a divulgação da apreensão de parte de um material com conteúdo pornográfico na agência", disse. 

O tucano destacou que algumas questões precisam ser melhor aprofundadas. "A discussão sobre a utilização de estrutura do Estado para monitoramento de pessoas ligadas ao governo e outras autoridades é um ponto a ser esclarecido. Há também um mercado paralelo de escutas clandestinas e não se sabe exatamente quantos equipamentos de escuta, sejam maletas ou 'guardiões', existem no país", apontou.

Ele lembrou ainda das dificuldades impostas pela base aliada na comissão para que se apurassem temas mais sensíveis ao governo, como a divulgação da conversa entre Greenhalgh e o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho. Fruet apontou ainda que ele e Macris propuseram uma representação ao Ministério Público para que se apure a falta de coordenação e de autoridade entre os órgãos do governo e também a existência de crimes com a possível participação de autoridades governamentais.

"Queremos que se aprofunde a melhora na legislação, o conhecimento nas operações Chacal e Satiagraha, as auditorias realizadas nos equipamentos da Abin, além de saber quantas escutas realmente existem por meio dos pedidos de informação feitas às operadoras", acrescentou Fruet.

Já Vanderlei Macris também lamentou o fato de a base governista atrapalhar o andamento dos trabalhos da CPI e tentar impedir que se chegue a conclusões importantes. "A base aliada ao Planalto não tem aprovado requerimentos apresentados pela oposição para atrapalhar as investigações e impedir que sejam expostas as irregularidades", assinalou. Mas, apesar disso, o deputado assegurou que o papel da comissão está sendo cumprido.

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