O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), repudiou em discurso nesta quarta-feira as declarações mais recentes do presidente Lula a respeito da crise financeira internacional . Durante evento oficial em Tocantins ontem, o presidente afirmou que "tem gente rezando para que a crise pegue o Brasil para o Lula se lascar".
"Como se o prejudicado com o recrudescimento da crise fosse ele, que mora no Palácio da Alvorada e trabalha no Palácio do Planalto, que tem quinhentos assessores, aviões, tem tudo o que ele quer. Como se o prejudicado não fosse o trabalhador, que perderá o emprego com a crise; como se o prejudicado não fosse o pequeno empresário, que vai ter dificuldade de manter sua vida comercial em dia; como se o prejudicado não fosse o grande empresário, que vai ter que demitir", enumerou o senador.
Virgílio negou que haja pessoas interessadas no recrudescimento da crise e disse que o presidente Lula deveria procurar unir a Nação para enfrentar a crise, sem tentar ignorá-la ou "empurrá-la" para outras pessoas. O senador comparou a atitude do presidente brasileiro com a do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, que teria mostrado estar disposto a sacrificar parte de sua popularidade para tomar as medidas adequadas ao enfrentamento da crise.
"O presidente Lula acha que vai poder manter a sua popularidade às custas de alienar a Nação", afirmou, acrescentando que não seria justo passar para o povo brasileiro a impressão de que a crise é "apenas um vento e, depois que passar o vento, volta tudo ao normal".
Para o senador, depois que a crise passar voltará a haver crédito, porém, mais seletivo e mais caro. O líder do PSDB também criticou o presidente Lula pelo uso de termos "grosseiros e chulos" usados em seus discursos e o aconselhou a se conter. "O povo não gosta disso. A preocupação do povo é dar o máximo de educação para os seus filhos", alertou.
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