Governo manobra para eleger novo presidente da Codefat

A senadora Kátia Abreu (TO) chamou de “farsa imoral” a manobra utilizada pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para eleger o novo presidente do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). Criado no ano de 1990, o órgão - formado por 18 representações, divididas em três bancadas: seis governamentais, seis patronais e seis de trabalhadores – administra o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). 

Hoje, o FAT conta com patrimônio de R$ 150 bilhões, com um orçamento em 2010 de R$ 43 bilhões. Na tentativa de monopolizar o Conselho, Lupi tentou transferir a presidência do fundo permanentemente para o ministro do Trabalho - a vice-presidência já é do governo. Felizmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recusou a proposta. 

Para o ano de 2010, dada a rotatividade entre as bancadas, o comando do Codefat seria dos empregadores. Na lógica do rodízio que há também entre as entidades de um mesmo grupo, seria a vez de a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil), presidida por Kátia Abreu, comandar o conselho.

“Fomos ultrajados nos nossos direitos. Não pudemos indicar o presidente da Codefat. A CNA indicou um profissional técnico do maior gabarito, pessoa de idoneidade a toda prova, mas o ministro forçosamente elegeu, à revelia da maioria, o presidente que ele quer controlar”, disse referindo-se à eleição de Luigi Nese. 

A senadora acusou o ministro Lupi de ter preconceito com a classe rural e disse que a bancada patronal do Condefat – formada pela Confederação Nacional da Indústria, Confederação Nacional do Sistema Financeiro, Confederação Nacional do Comércio e a CNA – não participará de nenhuma votação do Codefat. 

“Quero que os empresários ruralistas saibam que o ministro Lupi tem preconceito com o setor. Acha que não somos capazes de administrar os recursos do FAT. Por isso, renunciamos a participação. Não faremos parte de uma farsa de circo”, assegurou Kátia Abreu.