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Virgílio questiona Amorim sobre ameaças de calote de países sul-americanos

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), cobrou nesta terça-feira uma reação enérgica do governo às repetidas ameaças de calote de países sul-americanos, sob pena de afetarem a confiança externa de empresas brasileiras. A decisão do Equador, de questionar dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi agravada hoje com a notícia de que o Paraguai pleiteia perdão de US$ 19 bilhões do país no financiamento da Usina de Itaipu. "As quebras de contrato que começaram com a Bolívia evoluem como bola de neve. O governo precisa agir com frieza e desembarcar do jogo de solidariedade que afeta a desenvoltura de empresas nacionais no exterior", disse o tucano durante audiência com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.


INDÍCIO DE CORRUPÇÃO

O chanceler argumentou que o Brasil tem calibrado suas ações na "dose certa" para cada país, de olho no longo prazo e evitando a ampliação de conflitos. Ele chamou de "irrealistas" as demandas apresentadas pela Bolívia no início das negociações, bem como as do Paraguai, que ainda não foram apresentadas oficialmente. Durante audiência na Comissão de Relações Exteriores, Virgílio elogiou a resposta de Amorim à contestação do presidente equatoriano Rafael Correa junto ao Tribunal de Comércio Internacional em Paris, chamando o embaixador do Brasil em Quito para explicações.

O senador avaliou essa postura como um enquadramento do assessor do presidente Lula para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, "que fala demais" na opinião do líder do PSDB. "Temos vizinhos no subcontinente cheios de demandas, dispostos a rasgar contratos e cobradores de uma estranha solidariedade. Essa situação é grave e requer postura adequada", acrescentou. Virgílio suspeita que há uma ação coordenada para questionar a liderança brasileira na região, opinião compartilhada pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ)

O senador Alvaro Dias (PR) comentou hoje, em plenário, a corrupção gerada por empréstimos bilionários realizados pelo BNDES a outros países. "A pretexto de se financiar empresas brasileiras, o banco autoriza a realização de obras no exterior sem concorrência pública, possibilitando verdadeiro festival de propinas na burocracia daqueles governos", alertou. O senador espera que auditoria encomendada ao Tribunal de Contas da União (TCU) em 53 empréstimos celebrados, com destaque para 31 com Angola, que somam US$ 1,75 bilhão, revelem distorções em prazos de carências e juros. "O governo brasileiro exporta nossos recursos para a realização de obras no exterior, gerando emprego, renda e receita pública para outros povos. Além disso, estimula a corrupção lá fora, em obras realizadas sem licitação", concluiu.

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