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Empréstimo à Petrobras: tucanos contestam ataques do Planalto

Parlamentares tucanos reagiram à acusação do governo feita nesta segunda-feira de que o pedido de esclarecimentos da oposição sobre o empréstimo de R$ 2 bilhões da Caixa Econômica Federal à Petrobras seria um "terrorismo" sustentado em fatos criados para desestabilizar o combate à crise financeira internacional. "O presidente Lula deveria é agradecer por ter uma oposição responsável, competente e que fiscaliza suas ações", disse na tribuna o senador Alvaro Dias (PR). As críticas foram feitas durante reunião do Conselho Político do Palácio do Planalto. 


CONVITE ACEITO

No início da noite, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado confirmou para quinta-feira audiência pública para ouvir os presidentes da Petrobras, Sergio Gabrielli; da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho; e do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto. Os três executivos foram convidados pelos senadores Tasso Jereissati (CE) e Arthur Virgílio (AM) para detalhar operações atípicas de crédito feitas pelos bancos federais à estatal petrolífera no fim de outubro. O PSDB vê nos problemas momentâneos de caixa indícios de má gestão financeira da estatal. 

O convite, aprovado pelo plenário da CAE na quinta-feira, também incluía o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Sua presença serviria para esclarecer a intervenção do Conselho Monetário Nacional (CMN), que mudou duas vezes, ao longo dos últimos 30 dias, as regras para facilitar a movimentação da Petrobras no sistema bancário brasileiro. Jereissati havia alertado o governo para os riscos de se adiar uma vinda ao Senado, o que daria espaço para especulações.

"Não é preciso criar fatos, nem querer atrapalhar o governo. A oposição tem colaborado e não pode deixar de cobrar respostas sobre sinais de problemas administrativos da Petrobras", disse Alvaro. Ele ressalta, contudo, que em nenhum momento a oposição lançou dúvidas sobre a solidez da estatal, deixando claro que suas dificuldades de caixa são transitórias e resultado de falhas de gerenciamento. O senador comentou ainda que o governo federal, de uma maneira geral, vem exorbitando gastos correntes, com uma máquina pública inchada. Exemplo disso está na crescente limitação em sua capacidade de investir, "a ponto de o governo paulista investir mais que o propalado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)", da União. 

 

SOCORRO INEXPLICADO

O deputado Paulo Abi-Ackel (MG) também rebateu as críticas do governo e considerou pertinente a preocupação do senador Jereissati, que primeiro apresentou o fato na noite da última quarta-feira, sendo o papel da oposição o de fiscalizar. Ele espera que a presidente da Caixa e Petrobras esclareçam perguntas dos senadores da CAE sobre o "socorro financeiro". "Trata-se de uma operação no mínimo inusitada. Na minha opinião, o governo ainda não deu explicações convincentes à sociedade", disse. Entre as dúvida que deverão ser apresentadas na quinta aos presidentes da Caixa e da Petrobras está a efetiva destinação do empréstimo bilionário. Classificada como operação para cobrir capital de giro (Cédula de Crédito Bancário - CCB), de 180 dias, os R$ 2 bilhões seriam usados, segundo o governo, para pagar impostos inflados pela variação cambial.

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