“Em uma clara e absurda interferência em assuntos internos da competência exclusiva de um país estrangeiro, Lula participou ontem de um ato político de apoio à campanha eleitoral de Evo Morales, que busca um outro mandato presidencial”, declarou o presidente do Democratas, deputado Rodrigo Maia sobre a visita de Lula à Bolívia nesse sábado.
Ontem, o presidente Lula chegou à base aérea de Chimore, uma pequena localidade na região de Chapare, berço político do presidente Evo Morales. A visita de Lula se transformou em festa no reduto eleitoral de Morales, que está em plena campanha para a reeleição.
Além da nítida interferência do presidente brasileiro às eleições na Bolívia, o encontro serviu para que Lula concedesse US$ 320 milhões para a construção de uma rodovia entre Villa Tunari e San Ignácio de Moxos (Chapare), reduto eleitoral do presidente boliviano, a fim de facilitar o escoamento da coca produzida na região, que é a principal fonte de abastecimento do Brasil.
“Imagine o contrário: se outros países latino-americanos, sobretudo os da ALBA, participassem do processo eleitoral brasileiro em 2010?”, indagou o presidente do DEM.
Num arroubo de retórica, Lula chegou a comparar Morales a Mandela: ambos são de origem sindical e marcaram o início de uma nova era na história dos respectivos países. Comparou também a Bolívia ao Brasil: naquela, um índio, um sindicalista e um cocalero no poder e, neste último, um metalúrgico e um sindicalista, que estão fazendo mais do que todos os demais Chefes de Estado realizaram no século XX. Na opinião de Jorge Tuto Quiroga, ex-Presidente da Bolívia, “não se pode comparar Evo a Mandela”, pois “a causa da luta é completamente diferente”.
Lula recomendou a Morales que governe para todos os bolivianos, ricos e pobres, índios e brancos, apostando no diálogo e na revolução pacífica, e que derrote seus opositores nas urnas. Em contrapartida, o Presidente do Senado da Bolívia, Óscar Ortiz, renovou o apelo para que os mandatários de outros países se abstenham de vir à Bolívia, a fim de que Morales “não os use eleitoralmente como tem feito com Lula”.
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