Em pronunciamento no plenário do Senado, o líder José Agripino (RN) voltou a defender o afastamento do presidente José Sarney (PMDB-AP) e avisou que ameaças e chantagens não intimidarão o DEM. “É preciso o afastamento para que esse calvário que estamos vivendo se encerre logo. E não adianta espalhar por aí que está aberta a temporada de ameaças e chantagens”, avisou o parlamentar.
Nessa segunda-feira (3), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi intimidado e verbalmente agredido pela tropa de choque pró-Sarney formada pelos senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Renan Calheiros (PMDB-AL). “Os diálogos de ontem não contribuíram em nada para a imagem da Casa. Receio que o Senado se recupere somente em 2010, com a eleição do novo Senado Federal”, frisou o senador pelo Rio Grande do Norte.
Em reunião com os senadores democratas nesta terça-feira (4), Agripino avisou que, caso a base governista consiga arquivar as onze representações contra Sarney, no Conselho de Ética, os Democratas irão recorrer ao plenário. O líder ratificou a união do partido em pedir o afastamento do presidente Sarney até que as investigações que envolvem parentes e ex-subordinados do parlamentar do Amapá sejam concluídas.
“Participei hoje de uma reunião com os líderes do PT, PSDB, PSB, PDT e o sentimento é o mesmo: recuperar um pouco da dignidade do Senado da República que está com uma visão denegrida, machucada e diminuída”, contou. “Os votos dos Democratas serão uniformes; não haverá discrepância. Votaremos pelo afastamento de Sarney para que se investigue tudo, sem tutela”.
Por fim, Agripino também lembrou que boa parte dos parlamentares do DEM tem amizade pessoal por Sarney, mas nenhum deles poderia abrir mão de seus deveres perante a opinião pública. “Não estamos contra o presidente Sarney, mas a favor da casa”.
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