Parlamentares tucanos criticaram nessa sexta-feira mais um sinal de despreparo do governo Lula em sua tentativa de conter o desemprego e os efeitos do fechamento de vagas em tempos de crise financeira internacional. Depois de o Conselho Deliberativo do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) autorizar a liberação de recursos para financiar carros usados e também pleitear um aumento das parcelas do seguro-desemprego, o governo chegou a conclusão de que o Fundo não tem como ampliar o benefício pago aos desempregados por falta de dinheiro.
POLÍTICA EQUIVOCADA
O FAT, criado para trazer melhorias ao trabalhador como empréstimos ao setor produtivo e pagamento de abono, chegará em 2010 com um déficit de cerca de R$ 497 milhões. Assolado por dívidas, teria de repassar ao Tesouro a responsabilidade de pagar o seguro-desemprego, que seria ampliado de cinco para até sete parcelas.
Para a deputada Thelma de Oliveira (MT), a questão do desemprego já deveria estar sendo tratada há muito mais tempo. "O que vemos nesse governo Lula é que o FAT tem se desviado de sua verdadeira função, que é ajudar o trabalhador. Mas o problema começou lá atrás, quando o presidente subestimou a crise e disse que era apenas uma marolinha. A demissão de mais de 4 mil funcionários na Embraer provou o contrário", apontou a tucana. "A atual gestão não tem uma política de enfrentamento ao desemprego", completou. Vale lembrar que o Tribunal de Contas da União (TCU) já havia considerado, no ano passado, a situação financeira do FAT de extrema gravidade.
"Essa situação mostra que o governo Lula, no momento da bonança, promoveu a gastança. E agora, quando teria de estar fazendo uma política de investimentos para se contrapor à crise e garantir o seguro-desemprego aos trabalhadores, não consegue nada", criticou o líder tucano na Câmara, deputado José Aníbal (SP).
De acordo com Thelma, a gestão petista precisa investir em políticas eficientes de geração de emprego. "Mas como não consegue, recorre ao FAT, o qual todos sabemos que está sem dinheiro", disse a presidente do PSDB-Mulher. Já para o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE), o Planalto está novamente "batendo cabeça". "Existe um descompasso entre o Conselho do FAT, as prioridades do ministério do Trabalho e a área econômica do governo. Desde a época do Orçamento, a área econômica não acatou o solicitado pelo Conselho e as consequências podem ser vistas no alto número de desempregados", finalizou.
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